terça-feira, janeiro 12, 2010 Comment2 Comments

Hoje vou vos contar duas histórias, cujo começo é o mesmo, mas o final não. Pedro e Zeca eram amigos desde criança. Cresceram juntos, estudando na mesma sala por toda a vida. O ensino médio terminou e aí que a história dos dois amigos começa a mudar.



Pedro sempre tinha em sua mente cursar uma universidade. Seu sonho sempre foi a Arquitetura, para construir belos prédios e contribuir para a diminuição da poluição visual. Nobre finalidade, não acha caro leitor? Depois de muito estudo [foi um ano de cursinho], ele conseguiu entrar numa famosa universidade pública e concluir seu tão sonhado curso. Como sua família não tinha muitos recursos para mantê-lo em outra cidade, Pedro logo conseguiu um emprego e assim foram os cinco anos: estudo e trabalho. Realmente era difícil, mas a sua vontade era maior. Pensava no seu futuro.


Por outro lado, Zeca sempre foi mais tranqüilo. Pensava no hoje e não no amanhã. Cogitou alguns cursos universitários, mas nenhum o atraiu o bastante. Seus pais tinham mais condições que os de Pedro, mas mesmo assim não quis cursar uma faculdade. Transitava entre trabalhos, apenas buscando um salário maior para satisfazer seus prazeres momentâneos. “Para que vou pensar no meu futuro, se a vida é agora?”, era o seu pensamento mais corriqueiro.


Tendo em vista o conflito de argumentos, os dois amigos foram se distanciando, pouco a pouco. Até que um dia, não se conversavam mais. Na memória dos dois, só a lembrança daquela infância e adolescência em conjunto, que o destino separou.


Vinte anos após o término do colegial, os dois amigos se encontraram, por acaso, no shopping que estava em reformas.


- Pedro, como você está diferente, mais bonito. O que anda fazendo? – perguntou Zeca.


- Nossa, Zeca, é você mesmo? Nem acredito! Está tão diferente... Seu rosto está todo cheio de pequenas fissuras. Nem se parece mais com aquele que eu conheci.


- É caro Pedro, são as marcas do tempo, que pelo que vejo, em você nem estão tão fortes assim...


- Realmente, meu trabalho me estressa, mas tenho ao máximo cuidar da minha saúde. Mas me conte, casou, tem família?


- Ah que isso. Eu fiquei um tempo com a Lucinha, aquela loira do segundo ano, lembra? Mas a gente logo separou. Transito, sabe, sempre fui assim...


- Nossa, não acredito. Você já tem idade para se estabelecer. Conseguiu fazer uma faculdade?


- Sabe também que nunca liguei para isso... O que me importava era garantir o meu hoje, pois o amanhã a gente nunca sabe como será. Ninguém o prevê, não é mesmo?


- Pare com esse pensamento! Desculpem-me, mas conhece um José Honorato da Silva?


- Não se lembra? É o meu verdadeiro nome...


- Então, você será o pedreiro responsável por esta loja? Não acredito que nos reencontraríamos nessas condições. Eu sendo seu chefe, pois sou o responsável pela reforma.


- É o destino.


- É o que você plantou quando éramos jovens. Agora, só espero que não piore sua situação... É triste vê-lo nesta situação, meu amigo. Sabe, se precisar de algo, não exite em me pedir.


- Agradeço, mas me conformo com minha situação. Um dia caio morto por aí e você curte a sua realização profissional.


Dez dias depois, Zeca foi encontrado bêbado e atropelado. Seguiu para a morada da qual nunca voltamos. Pedro só lamentou o triste fim de seu amigo.



É, caros leitores, amanhã refutaremos sobre esta história. O que você acha? Envie-me sua opinião! Um grande abraço e boa terça!

2 comentários:

Flor de Lótus disse...

A vida das pessoas é realmente "engraçada"... Acredito que temos que ser um pouco dos dois... Temos que aproveitar o agora, porém nunca nos esquecermos do nosso futuro. Como o texto menciona "colhemos o que plantamos".
Adoreeei, Ícaro!!!
Sou leitoria assídua!
Beeeeijos

Unknown disse...

Conheço muito bem essa história!
Ficou super novela das 9, ainda mais com este título! hehe

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