Hoje, domingo, dia de leitura. Transcrevo um texto de um autor que não conhecia, Leandro Garcia, intitulado "Procurando a felicidade". Pense e depois me diga o que achou! Bom domingo a todos!
Não sei se alguém já ouviu falar da Avenida Entre Rios, ela liga as avenidas São Miguel e Cangaíba, ali antigamente morava o Sr. Carlos, um senhor Português muito agradável e simpático e que tinha uma palavra amiga a todos os que o procuravam, era um homem muito popular e amigo de todos.
Mas diziam os moradores mais antigos ali da rua, que o Sr. Carlos nem sempre foi assim, no passado ele era uma pessoa avarenta, bruto e ignorante, não queria saber de conversa com ninguém, somente em cuidar de sua vida e de seus problemas e tratava com estupidez qualquer um que tentasse se aproximar dele.
E hoje a coisa que o Sr. Carlos mais gosta de fazer, é contar a sua história para aqueles que vêm em busca de uma palavra de conforto e de esperança. E esta é a história que o Sr. Carlos costumava contar.
"Certo dia, dizia ele, viemos eu e minha jovem e recente esposa ao Brasil, e quando estávamos quase chegando ela adoeceu e morreu no navio, tudo o que havia me restado era uma mala cheia de sonhos e esperanças frustradas, a vida não foi fácil para mim, dizia ele, sozinho em uma terra estranha, sem a mulher que eu amava, sem parentes, sem emprego e sem dinheiro, eu era uma pessoa bruta, calejada pelos sofrimentos da vida.
Quando muitos anos mais tarde, estava eu trabalhando em meu quintal e ouvi alguém soluçando baixinho, era um choro de criança, mas com muito sentimento. Procurando de onde vinha o som, vi uma menininha que chorava muito triste encostada em meu muro, ela devia ter seus quatro ou cinco aninhos. Porque choras criança ? Perguntei a ela.
- Perdi a minha felicidade, ela me respondeu.
- Mas o que aconteceu? Perguntei de novo.
- Minha felicidade foi embora. Dizia ela, apertando suas pequenas mãos contra estômago e chorando copiosamente.
De repente aquela pequena criança me fez recordar de quando minha esposa tinha me deixado, naquele dia eu também havia perdido a minha felicidade e nunca mais a encontrara de volta. Queres algum dinheiro para comprar doces? Algum brinquedo? Ou alguma coisa que eu possa te dar?
- A tudo ela respondia que não, percebi que nem o dinheiro e nem bens matérias iriam trazer a sua felicidade de volta. Comovido abri o portão e dei um carinhoso abraço na menina, ela encostou sua cabecinha em meu peito e pude sentir o calor de suas lágrimas.
- Olha, disse para ela, um dia desses apareceu um gatinho aqui em casa, ele estava todo sujo faminto e mal cheiroso, mas eu cuidei dele e agora ele esta limpo, gordo e perfumado, quer ele para você?
A menina parou de chorar e balançou a cabeça dizendo que sim fazendo beicinho. Entrei em casa, apanhei aquele enorme gato gordo e preguiçoso e sai com ele em meus braços. Assim que a jovenzinha o viu gritou à todos pulmões. " Felicidade ". Este era o nome daquele gato, ou melhor dizendo, daquela gata que estava quase estourando para ter gatinhos e que havia fugido da casa da menina. A garotinha a apanhou em seus braços, deu um abraço bem apertado na gata e me disse sorrindo.
- Obrigada pelo Senhor ter cuidado dela para mim, assim que ela tiver os gatinhos eu trago um para o Senhor. Eu fiquei pensando com meus botões se eu havia feito papel de idiota, ou se aquela menina era uma mensageira de Deus. Mas seja lá o que for ela me fez refletir que as vezes nos custa tão pouco fazer alguém feliz, mesmo quando a felicidade vem até você de uma maneira suja e mal cheirosa, e somente o que temos que fazer é não guardá-la dentro de casa e muito menos dentro do coração, a felicidade só é completa quando é partilhada com aqueles que a buscam.
Mas diziam os moradores mais antigos ali da rua, que o Sr. Carlos nem sempre foi assim, no passado ele era uma pessoa avarenta, bruto e ignorante, não queria saber de conversa com ninguém, somente em cuidar de sua vida e de seus problemas e tratava com estupidez qualquer um que tentasse se aproximar dele.
E hoje a coisa que o Sr. Carlos mais gosta de fazer, é contar a sua história para aqueles que vêm em busca de uma palavra de conforto e de esperança. E esta é a história que o Sr. Carlos costumava contar.
"Certo dia, dizia ele, viemos eu e minha jovem e recente esposa ao Brasil, e quando estávamos quase chegando ela adoeceu e morreu no navio, tudo o que havia me restado era uma mala cheia de sonhos e esperanças frustradas, a vida não foi fácil para mim, dizia ele, sozinho em uma terra estranha, sem a mulher que eu amava, sem parentes, sem emprego e sem dinheiro, eu era uma pessoa bruta, calejada pelos sofrimentos da vida.
Quando muitos anos mais tarde, estava eu trabalhando em meu quintal e ouvi alguém soluçando baixinho, era um choro de criança, mas com muito sentimento. Procurando de onde vinha o som, vi uma menininha que chorava muito triste encostada em meu muro, ela devia ter seus quatro ou cinco aninhos. Porque choras criança ? Perguntei a ela.
- Perdi a minha felicidade, ela me respondeu.
- Mas o que aconteceu? Perguntei de novo.
- Minha felicidade foi embora. Dizia ela, apertando suas pequenas mãos contra estômago e chorando copiosamente.
De repente aquela pequena criança me fez recordar de quando minha esposa tinha me deixado, naquele dia eu também havia perdido a minha felicidade e nunca mais a encontrara de volta. Queres algum dinheiro para comprar doces? Algum brinquedo? Ou alguma coisa que eu possa te dar?
- A tudo ela respondia que não, percebi que nem o dinheiro e nem bens matérias iriam trazer a sua felicidade de volta. Comovido abri o portão e dei um carinhoso abraço na menina, ela encostou sua cabecinha em meu peito e pude sentir o calor de suas lágrimas.
- Olha, disse para ela, um dia desses apareceu um gatinho aqui em casa, ele estava todo sujo faminto e mal cheiroso, mas eu cuidei dele e agora ele esta limpo, gordo e perfumado, quer ele para você?
A menina parou de chorar e balançou a cabeça dizendo que sim fazendo beicinho. Entrei em casa, apanhei aquele enorme gato gordo e preguiçoso e sai com ele em meus braços. Assim que a jovenzinha o viu gritou à todos pulmões. " Felicidade ". Este era o nome daquele gato, ou melhor dizendo, daquela gata que estava quase estourando para ter gatinhos e que havia fugido da casa da menina. A garotinha a apanhou em seus braços, deu um abraço bem apertado na gata e me disse sorrindo.
- Obrigada pelo Senhor ter cuidado dela para mim, assim que ela tiver os gatinhos eu trago um para o Senhor. Eu fiquei pensando com meus botões se eu havia feito papel de idiota, ou se aquela menina era uma mensageira de Deus. Mas seja lá o que for ela me fez refletir que as vezes nos custa tão pouco fazer alguém feliz, mesmo quando a felicidade vem até você de uma maneira suja e mal cheirosa, e somente o que temos que fazer é não guardá-la dentro de casa e muito menos dentro do coração, a felicidade só é completa quando é partilhada com aqueles que a buscam.
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