quinta-feira, janeiro 21, 2010 Comment1 Comments

O dicionário Aurélio de Língua Portuguesa define memória como “faculdade de reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente” ou ainda “lembrança, reminiscência, recordação”. Já o Longman Dictionary of English completa esses sentidos com “something that you remember from the past about a person, place, or experience” (algo que você lembre do passado sobre uma pessoa, um lugar ou experiência). O TV5Dicionnaire ainda afirma “Faculté de se rappeler ce qu'on a vu, appris, etc.” (faculdade de lembrar-se de quem você viu, entrou em contato, etc.).


Enfim, a memória é algo inato a qualquer vertebrado. E em nós, ela é ainda mais forte, pois a linguagem, capacidade inata dos seres humanos, contribui com a sua retenção. Querendo ou não, sempre nos lembraremos daqueles momentos em que damos risadas, choramos, caímos e nos levantamos. A vida é uma sucessão de acontecimentos e os melhores ficam registrados, como fotos com áudio na nossa estrutura cognitiva.

Às vezes, não queria ter memória. Ou queria que ela fosse como memória de computador, em que eu pudesse escolher o que armazenar neste disco rígido infinito. Lembrar de certas coisas dói e não merecia um segundo de lembrança. Como faz isso, alguém sabe?

Luís Bruñel, todavia, afirma sobre a memória: "É preciso começar a perder a memória, ainda que se trate de fragmentos desta, para perceber que é esta memória que faz toda a nossa vida. Uma vida sem memória não seria uma vida, assim como uma inteligência sem possibilidade de exprimir-se não seria uma inteligência. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela, não somos nada."

Por mais que eu quisesse, não poderei apagar os momentos que quero esquecer. Além disso, como afirmou acima, a nossa coerência de ser é estabelecida pela memória. Aí notamos a sua grande importância na nossa vida. Devo concordar com Jorge Luís Borges, ao afirmar que “a memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações”.

Na nossa contemporaneidade, é essencial sonhar. E só conseguimos isso com a memória. Mesmo assim, tentarei apagar certos momentos!

O quadro de hoje é de Salvador Dali e chama-se a “Persistência da Memória”. Beijos e boa sexta!

1 comentários:

Flor de Lótus disse...

O mais engraçado sobre a memória é que, muitas vezes, acabamos esquecendo de detalhes importantes que fariam toda a diferença se fossem lembrados...
Beijos

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