quinta-feira, abril 29, 2010 Comment1 Comments


Onda e amor, onde amor, ando indagando 
ao largo vento e à rocha imperativa, 
e a tudo me arremesso, nesse quando 
amanhece frescor de coisa viva. 

Às almas, não, as almas vão pairando, 
e, esquecendo a lição que já se esquiva, 
tornam amor humor, e vago e brando 
o que é de natureza corrosiva. 

N´água e na pedra amor deixa gravados 
seus hieróglifos e mensagens, suas 
verdades mais secretas e mais nuas. 

E nem os elementos encantados 
sabem do amor que os punge e que é, pungindo, 
uma fogueira a arder no dia findo.
(Drummond, C. Claro Enigma, 1951)
 

1 comentários:

Flor de Lótus disse...

Já estava com saudade de suas atualizações... Beijos

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